Nova diretriz de colesterol: veja o que muda na prevenção de infarto e AVC

A nova diretriz de colesterol publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) trouxe mudanças importantes que afetam diretamente a forma como médicos e pacientes devem encarar a prevenção de infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC).

O documento estabelece metas mais rígidas para o controle do colesterol no sangue, cria uma categoria inédita de risco extremo e recomenda novos exames para avaliar a saúde do coração da população.

Por que uma nova diretriz de colesterol era necessária

O último documento oficial da Sociedade Brasileira de Cardiologia havia sido publicado em 2017.

De lá para cá, diversos estudos científicos mostraram que quanto mais baixos os níveis de colesterol, menores as chances de complicações graves, como infarto e AVC.

Por isso, a nova diretriz de colesterol busca alinhar o Brasil às recomendações mais modernas utilizadas em outros países.

Além de orientar médicos e pacientes, a proposta também serve como forma de pressionar o poder público para ampliar o acesso a exames e tratamentos, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Metas mais rígidas para o colesterol no sangue

O ponto central da atualização é a redefinição das metas para o chamado LDL, conhecido como “colesterol ruim”.

Esses valores indicam o limite máximo aceitável de colesterol no sangue para cada pessoa, levando em conta idade, histórico familiar e presença de outras doenças.

A principal novidade foi a criação da categoria de risco extremo.

Pessoas que já tiveram mais de um evento cardiovascular grave, como infarto, e ainda apresentam outras condições de alto risco, precisam manter o LDL abaixo de 40 mg/dL. Antes, a meta era 50 mg/dL.

As novas metas ficaram assim:

  • Baixo risco: abaixo de 115 mg/dL
  • Risco intermediário: abaixo de 100 mg/dL
  • Alto risco: abaixo de 70 mg/dL
  • Muito alto risco: abaixo de 50 mg/dL
  • Risco extremo: abaixo de 40 mg/dL

Além disso, a diretriz recomenda olhar também para o colesterol não-HDL, que deve ser 30 mg/dL acima da meta individual de LDL.

Ferramentas mais modernas de avaliação

A nova diretriz de colesterol também adota uma ferramenta internacional chamada Prevent Score, da American Heart Association.

Esse cálculo leva em conta não apenas idade e histórico médico, mas também fatores como função renal e índice de massa corporal (IMC), ampliando a precisão na estimativa de risco para cada paciente.

Todas essas novidades foram apresentadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, em São Paulo.

Mudanças no tratamento: terapia combinada

Outro destaque é a recomendação de começar o tratamento de pacientes de alto risco com a chamada terapia combinada.

Em vez de usar apenas estatinas, a medicação mais comum para reduzir o colesterol, os especialistas indicam associar outros medicamentos, como ezetimiba, terapias anti-PCSK9 e ácido bempedoico.

Essa combinação mostrou melhores resultados tanto na queda dos níveis de colesterol no sangue quanto na diminuição do risco de novos eventos cardiovasculares.

Novo exame indicado para toda a população

A diretriz também recomenda que todos os adultos façam ao menos uma vez na vida a dosagem da lipoproteína (a), conhecida como Lp(a).

Trata-se de um tipo de colesterol que pode aumentar consideravelmente o risco cardiovascular.

Hoje, esse exame ainda não está disponível pelo SUS e nem sempre é coberto por planos de saúde.

O custo gira em torno de R$ 100, e especialistas defendem que ele se torne mais acessível por se tratar de um marcador importante de risco.

O que muda na prática para a população

Com a nova diretriz de colesterol, médicos passam a ter parâmetros mais claros e exigentes para avaliar cada paciente.

Para a população, isso significa mais atenção à prevenção, maior chance de detecção precoce de riscos e, sobretudo, uma estratégia de tratamento mais eficaz para evitar mortes por infarto e AVC.

Manter hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e controle do peso, continua sendo essencial.

Mas, a partir de agora, exames e tratamentos estarão ainda mais ajustados às necessidades individuais, o que pode representar um avanço importante no combate às doenças cardiovasculares.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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