Esofagite eosinofílica é grave? Entenda os riscos reais e como controlar a doença

Receber um diagnóstico com um nome pouco conhecido costuma gerar preocupação. Muitas pessoas, ao ouvirem falar em esofagite eosinofílica, fazem a mesma pergunta: “Essa doença é grave?”. A dúvida é legítima, afinal, estamos falando de uma condição crônica que afeta diretamente a alimentação e o bem-estar.

Embora a esofagite eosinofílica cause preocupação e exija acompanhamento, ela não costuma representar risco imediato de vida. Quando não tratada adequadamente, pode trazer complicações sérias, impactar a qualidade de vida e até dificultar atividades simples do dia a dia, como se alimentar sem dor ou desconforto.

Hoje, você vai entender o que é a esofagite eosinofílica, se realmente é grave, quais complicações pode causar e como é feito o tratamento. O objetivo é oferecer informações confiáveis, baseadas em evidências científicas, para que você compreenda melhor a condição e saiba quais cuidados são essenciais.

O que é a esofagite eosinofílica

A esofagite eosinofílica é uma inflamação crônica do esôfago, órgão responsável por levar o alimento da boca ao estômago. Essa inflamação acontece porque há um acúmulo de eosinófilos, um tipo de glóbulo branco ligado a processos alérgicos e imunológicos.

Na prática, isso significa que o organismo reage de forma exagerada a certos estímulos, como alimentos específicos ou agentes do ambiente, resultando em uma resposta inflamatória persistente.

Embora seja frequentemente confundida com o refluxo gastroesofágico, a esofagite eosinofílica é diferente: ela tem origem imunológica e não está relacionada apenas à acidez estomacal.

Por isso, os tratamentos convencionais para refluxo geralmente não funcionam nesses casos.

É uma condição considerada ainda relativamente rara, mas os diagnósticos vêm aumentando, possivelmente pela maior conscientização médica e avanço dos exames.

Afinal, esofagite eosinofílica é grave?

A resposta precisa ser equilibrada: não é grave no sentido de ameaça imediata à vida, mas é séria quando não tratada.

Por ser uma doença crônica, a esofagite eosinofílica não desaparece sozinha. Ela exige acompanhamento contínuo para evitar complicações. O problema maior não está em “ter o diagnóstico”, mas em ignorar os sintomas ou adiar o tratamento.

Se a inflamação persiste sem controle, o esôfago pode sofrer alterações estruturais que dificultam a passagem dos alimentos. Isso pode levar a episódios de engasgo, dor intensa e até necessidade de intervenções médicas de urgência.

Portanto, podemos dizer que:

  • Não é fatal por si só, desde que acompanhada.
  • É grave quando negligenciada, porque pode comprometer a qualidade de vida e gerar complicações de longo prazo.

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Complicações possíveis se não tratar

Quando a esofagite eosinofílica não é diagnosticada precocemente ou quando o tratamento não é seguido de forma adequada, algumas complicações podem se desenvolver:

  • Estenose esofágica (estreitamento do esôfago): cicatrizes formadas pela inflamação crônica reduzem o espaço para a passagem dos alimentos.
  • Impactação alimentar: pedaços de comida podem ficar presos no esôfago, causando dor, engasgo e, em casos graves, necessidade de retirada endoscópica.
  • Inflamação persistente: quanto mais tempo a inflamação permanece ativa, maior o risco de dano estrutural permanente.
  • Interferência no crescimento e na nutrição: em crianças e adolescentes, a doença pode comprometer o desenvolvimento adequado, já que dificulta a alimentação equilibrada.

Essas complicações não surgem de um dia para o outro. Elas são resultado da falta de diagnóstico ou da ausência de controle da doença ao longo do tempo.

Pesquisas mostram que a esofagite eosinofílica, quando não tratada, pode levar ao estreitamento progressivo do esôfago e impactar seriamente a qualidade de vida. Um estudo publicado na revista Gastroenterology reforça que, apesar de não ser uma condição fatal, a doença é crônica e tende a evoluir com complicações estruturais caso não receba acompanhamento adequado.

Sintomas que merecem atenção

Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas alguns sinais são mais comuns e devem levantar suspeita:

  • Dificuldade para engolir (disfagia);
  • Sensação de alimento preso no esôfago;
  • Azia ou refluxo que não melhoram com medicamentos habituais;
  • Dor no peito ou desconforto ao engolir;
  • Náuseas, vômitos e perda de apetite;
  • Em crianças: irritabilidade na hora de comer, recusa alimentar e baixo ganho de peso.

É importante destacar que esses sintomas são persistentes e não costumam melhorar espontaneamente. Quem os apresenta com frequência deve procurar avaliação médica.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da esofagite eosinofílica requer exames específicos. O mais utilizado é a endoscopia digestiva alta com biópsia, que permite observar a mucosa do esôfago e identificar a presença aumentada de eosinófilos nos tecidos.

Esse exame é fundamental não apenas para confirmar a doença, mas também para diferenciá-la de outros problemas, como o refluxo gastroesofágico. Muitas vezes, os sintomas podem se confundir, mas a abordagem de tratamento é bastante diferente.

O acompanhamento deve ser feito com gastroenterologista, alergista ou imunologista, dependendo do perfil do paciente.

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Tratamento e controle da doença

A esofagite eosinofílica é uma doença crônica. Isso significa que, até o momento, não existe uma cura definitiva, mas sim formas eficazes de controle que permitem ao paciente ter uma vida normal.

O tratamento costuma envolver três pilares principais:

1. Mudanças na alimentação

  • Identificação e exclusão de alimentos que desencadeiam a inflamação (dieta de eliminação).
  • Em alguns casos, acompanhamento com nutricionista é essencial para evitar deficiências nutricionais.

2. Medicamentos

  • Uso de corticoides tópicos (como budesonida ou fluticasona) para reduzir a inflamação local.
  • Inibidores de bomba de prótons podem ser usados em situações específicas, mas não resolvem todos os casos.

3. Acompanhamento contínuo

  • Consultas regulares e, quando necessário, novas endoscopias para avaliar a resposta ao tratamento.
  • Ajustes no plano terapêutico de acordo com a evolução dos sintomas.

Com essas medidas, a maioria dos pacientes consegue manter os sintomas sob controle e reduzir os riscos de complicações.

A esofagite eosinofílica desperta preocupação pelo nome incomum e pelos sintomas incômodos que provoca. A pergunta “é grave?” tem uma resposta clara: não é uma doença fatal, mas é séria e precisa de acompanhamento médico para evitar complicações.

Ignorar os sintomas ou adiar o tratamento pode levar a problemas maiores, como estreitamento do esôfago e engasgos recorrentes. Por outro lado, quando diagnosticada precocemente e tratada da forma correta, é possível levar uma vida normal, com qualidade e segurança.

Se você ou alguém próximo recebeu esse diagnóstico, a principal atitude é não se desesperar, mas também não minimizar o problema.

Busque acompanhamento médico, siga o tratamento indicado e lembre-se: informação de qualidade e cuidados adequados são as melhores ferramentas para controlar a esofagite eosinofílica.

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Enf. Raquel Souza de Faria
Enf. Raquel Souza de Faria

Sou Raquel Souza de Faria, Enfermeira (COREN – MG 212.681) Especialista em Docência do Ensino Superior, Consultora de Enfermagem em Núcleo de Segurança do Paciente, Gestora de Serviços de Atenção Básica/Saúde da Família. Empresária e Empreendedora, amante da Fitoterapia e das Terapias Holísticas, oferecendo bem-estar e prevenção de doenças como Auriculoterapêuta e Esteticista.
E-mail: raqueldefaria68@gmail.com

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